Camaleônico e sempre a procura de novidades no mercado fonográfico e na vida pessoal, o cantor Netinho abriu o jogo e mostrou o porquê do seu sucesso: Doses de autenticidade, muito perfeccionismo, alma generosa e talento lá nas alturas. Confira, para sorte nossa, é claro, a entrevista do publicitário Rafael Freitas com o cantor, que além de ser baiano é um capitulo a parte na história da musica brasileira.
Rafael Freitas - Quando você decidiu que iria ser cantor?
Netinho - Penso que nunca "decidi" ser um cantor. Muitas coisas aconteceram na minha vida e me levaram até a música. Quando percebi, já estava na Banda Beijo, com disco lançado e música ("Beijo na Boca") estourada nas rádios de todo o Brasil. A partir daí, foi só seguir a estrada.
Rafael Freitas - Qual foi o preço mais alto que teve que pagar por sua escolha profissional?
Netinho - A perda da privacidade é algo que assusta muito de início. Penso hoje que esse foi o preço mais alto que paguei por me tornar pessoa pública. Com o passar do tempo, porém, a gente acaba se acostumando e passa a ver isso como algo natural e inerente à profissão. Uma coisa é certa: Tudo o que recebi e recebo de bom através da minha música apaga qualquer coisa de ruim que tenha vindo para a minha vida por causa dessa escolha.
Rafael Freitas - Nesse mundo de vaidades, egos exacerbados e um culto a exposição pública, até aonde você consegue se manter protegido do assédio midiático?
Netinho - Tenho 20 anos de carreira e durante esse tempo a relação da mídia com as pessoas públicas se modificou. A internet foi uma das grandes responsáveis por isto. Atualmente vejo uma relação de mutualismo entre essas duas partes. Hoje em dia o assédio da mídia é muito bem vindo na minha carreira. Procuro estar sempre à disposição já que vejo isto como uma via de mão dupla.
Rafael Freitas - Depois de manter-se fora do mercado musical, você está voltando aos palcos e fazendo bonito, provando que quem foi rei jamais perde a majestade. Como se deu esse processo de releitura de sua carreira e quais são os seus novos objetivos?
Netinho - Acredito que nada na vida acontece por acaso. Bom ou ruim, tudo que chega até nós é para trazer algum tipo de aprendizado. Diante disso, avaliações periódicas que fazemos da nossa vida são muito válidas para nos certificarmos de que estamos no caminho desejado. Fiz muitas avaliações da minha carreira e a primeira foi quando saí da Banda Beijo para ser apenas Netinho. A última aconteceu cinco anos atrás quando dissolvi uma sociedade de quinze anos com meu empresário e abri o meu próprio escritório, a Bem Bolado Produções.
Meu objetivo mais imediato nesse momento é o lançamento do meu novo DVD "Netinho e a Caixa Mágica" agora em julho. Vamos lançá-lo e trabalhá-lo simultaneamente aqui no Brasil e em Portugal. É mais um filho que está nascendo.
Rafael Freitas - E sua forma física que é mantida através de exercícios disciplinados. É um prazer, uma necessidade ou uma escolha de vida?
Netinho - Começou há dezesseis anos por uma necessidade de condicionamento físico para aprimorar a movimentação que eu fazia no palco. Com o tempo, a mudança no corpo, a informação e a melhora da minha qualidade de vida passaram a mover a minha força de vontade em direção à malhação e à boa alimentação.
Rafael Freitas - Por quem não choraria uma lágrima?
Netinho - Não sei responder essa pergunta.
Rafael Freitas - Inteligência e perspicácia sempre foram adjetivos que lhe caem muito bem. Fora esses, quais as virtudes que Netinho mantém e que poucos sabem?
Netinho - Continuo sendo um workaholic perfeccionista no meu trabalho. Fora isso, prefiro que as pessoas que me conhecem bem respondam esta pergunta.
Rafael Freitas - Como consegue conciliar sua atribulada agenda profissional com a vida pessoal?
Netinho - Hoje em dia, se uma forma muito tranqüila. Adoro trabalhar e estou sempre fazendo shows, ensaiando, gravando, etc. Apesar disso, reservo 30 dias por ano para férias e durante os outros 11 meses, sempre que dá, dou uma escapada pra descansar ou curtir.
Rafael Freitas - Tem artistas que exigem inúmeras mordomias dentro do camarim. No seu o que não pode faltar?
Netinho - Não pode faltar água, isotônico e espelho para as trocas de roupa. Nunca me alimento no camarim antes dos shows pois prefiro estar com o estômago vazio para cantar. E depois, prefiro me alimentar no hotel já que saio com a adrenalina a mil.
Rafael Freitas - Se sua vida fosse uma música, seria?
Netinho - Seria "Emoções" de Erasmo e Roberto.
Em tempo, Netinho, juntamente com a banda Voa Dois, vai agitar a Ilha da Fantasia em outubro na cidade de Juazeiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário