quinta-feira, 4 de dezembro de 2008





Mayra, adora música e cultura, mas são assuntos do cotidiano da vida dos jovens que mais a atrai.
A arte de ser fã.

Ser fã realmente é uma arte, que confunde vários sentimentos e atitudes, que passa da adoração a obsessão, do amor ao ódio, da idolatria a loucura, do saudável ao doentio... tudo isso sempre muito junto .
A confusão de sentimentos que a figura do músico/artista causa em uma pessoa é muitas vezes mal interpretada e é preciso uma estrutura emocional bem definida para saber conduzi-la de uma forma contundente. Trocando em miúdos, ser fã é legal, mas transformar o ídolo na figura mais importante da sua vida nem sempre é saudável.

Ser fã nada mais é que se identificar com algo que você tem dentro de si. Não somos fã de alguém e sim de nós mesmos, mesmo pensando que queríamos ser como o nosso ídolo, na verdade temos mais características dele que nós mesmos imaginamos.Será que to pensando certo?!

A palavra fã vem do inglês americano fan, abreviatura de fanatic (fanático) e significa alguém que nutre uma admiração especial por um artista de cinema, televisão, música ou outra indústria cultural. Contudo, eu não partilho desta visão de fã... Muita gente não entende o que é ser fã, os confunde com “chato, louco, desocupado”, entre tantos outros adjetivos. Mas só quem é fã de algo ou de alguém sabe o que significa o “gostar”.

Tenho de reconhecer, como faz Joli Jensen em um de seus textos deslumbrantes, que todos nós, mesmo os mais racionais ou "cinzentos" ,somos fãs de alguma coisa .Há quem seja fã da mãe ou do pai, da avó ou da tia,do irmão ou do amigo,do futebol, da literatura, porém, mais do que isso é ser fã de alguém que nunca vimos na vida. Como pode ser isso possível? Pode parecer que não, mas é. Há pessoas que nunca poderão compreender isto. Mas o que interessa o que os outros pensam?!

Eu sou apaixonada pelo Jota Quest, daquelas de ter todos os cd’s,todos os dvd’s,viajo nas letras das canções, nunca fui a show, mas tive o prazer de ter amigas que me levaram(em foto) para ver o Rogério cantar aquelas músicas que me fazem chorar. Uma realização, um pequeno gesto que faz a diferença.
Eu divido os fãs em dois tipos, mas ambos tem uma relação de fantasia com a pessoa que idolatram.O Fã Passivo coleciona discos, concertos e entrevistas em revistas, mas não estabelece uma relação profunda com outros elementos. Já o Fã Ativo, passa além do estatuto de admirador e articula-se com outros fãs, vai em shows, hotéis, aeroportos,fazem coisas saudáveis e não saudáveis, chega a ser,fazer e até sentir o que o ídolo sente. Ser fã não é fácil...estamos sujeitos a tantas coisas, ouvimos tantas coisas e numa grande maioria de vezes não gostamos de admitir mas pensamos...será que valeu a pena?!
Um sorriso, uma foto, um show, um aceno mesmo que de longe, tudo isso transforma o nosso dia no melhor dia de todos...

Calma lá! Antes de me atirarem pedra explico...a pessoa para ser fã de alguém tem que ser fã de si, pois dessa maneira você conseguirá saudavelmente admirar outra pessoa e não deixar que a imagem dela se reflita na sua. Será que fui clara?!

Viver sem ídolos é ser vazio e sem emoções

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