BIG BANG - QUANDO AS HISTÓRIAS E OS COSTUMES SE ENCONTRAM
Quando entramos de alguma maneira no Universo particular de outra pessoa ou quando alguém se aventura a explorar o nosso Universo particular, um novo Big Bang acontece.
Uma explosão imensurável acontece dentro de nós.
É o encontro e o choque das histórias e dos costumes arraigados há tempos dentro da gente, construídos e aprendidos no passo a passo da nossa peregrinação até aqui. Este Big Bang não deixa de ser uma experiência excitante e saborosa, mesmo trazendo inerentes a si terríveis abalos.
Sentir o mundo cair, o chão tremer ou se abrir, o rio transbordar ou o céu deixar de existir é nada diante do que podemos somatizar quando vivendo esse grande momento. Pior ainda é, se esse choque acontece sob a sombra da paixão.
Se o amor realmente é cego como se diz, a paixão por sua vez é totalmente desprovida de qualquer sentido. E a ausência desses sentidos nos protege, ao mesmo tempo que nos empurra para o abismo sem fim do inferno.
Ninguém é santo, mas nos primeiros instantes desse encontro de Universos queremos revelar ao outro apenas o que há de melhor em nós. E é na urgência dessa pretensão que as vezes nos atrapalhamos completamente.
Mentir, omitir, ou até mesmo subverter ou corromper, são caminhos trilhados com facilidade sem que demo-nos conta disso. Queremos nos mostrar perfeitos, em nada falhos, algo assim como os super heróis quando em missão de salvamento.
Nessa fase de encontro e garimpo um do outro, a descoberta de uma falsa mentira, mesmo que mínima, pode ter o efeito devastador de um gigantesco meteoro colidindo com a Terra. Se não traz o fim de tudo, nuvens negras ocupam todo o espaço entre os dois mundos causando falha na comunicação dos corações a ponto de quase fazê-los ruir.
Só depois que o tempo passa um tanto, lembramos que se o outro age assim com a gente, nós também estamos em semelhante processo. Compreendemos então que os abalos derivados daquele extremo e exagerado cuidado de ambas as partes com a relação, terão mesmo que acontecer. Eles também fazem parte daquele cobiçado kit que citei num outro texto aqui do blog.
Pois bem, mesmo com a ciência de que podemos aprender sempre com tudo e que com isso podemos ser pessoas melhores a cada dia, é por causa do medo que, nesse primeiro momento, quase sempre revelamos apenas o que temos de bom.
É como já pedira Djavan: "E a sua história eu não sei, mas me diga só o que for bom". Afinal de contas estamos começando uma história nova onde nada ainda foi escrito ou contado de nós ao outro.Que oportunidade...
É o que pensamos em primeira instância sob o calor da paixão. Fundamental mesmo é perceber que a melhor maneira de escrever esta nova história não é apenas mantendo à luz os floridos jardins e deixando às escuras as nódoas impressas em nós.
É sábio saber que o que existe de mais bonito em nós e no outro é o que nos trará a felicidade. Mais sábio ainda é ter a visão de que a ciência e a compreensão do que há de mais nefasto em nós e no outro é o que nos trará ainda mais felicidade pois a aceitação desses defeitos aliviará o choque de histórias e costumes trazendo o equilíbrio para a relação.
Abraço a todos,
Netinho.
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